Plantas utilizadas durante a maternidade, ciclo menstrual e outras condições de saúde da mulher entre as culturas brasileiras

Autores: PB Yazbek, J. Tezoto, F. Cassas, E. Rodrigues

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Relevância etnofarmacológica

Para inúmeros casos clínicos relacionados à saúde da mulher e cuidados médicos precários nos países em desenvolvimento, um grande repertório de plantas tem sido utilizado como medicamentos populares para preencher essa lacuna, o que de certa forma cria riscos à saúde dos usuários, desde testes farmacológicos e toxicológicos ainda são insuficientes para garantir sua eficácia e segurança. Além do uso terapêutico, as plantas abortivas são amplamente utilizadas em países onde o aborto é proibido, aumentando ainda mais esse risco. Dessa forma, estudos etnofarmacológicos que registram plantas utilizadas para a saúde das mulheres podem contribuir não apenas para a seleção de potenciais bioativos, enriquecendo o repertório de medicamentos disponíveis para as mulheres, sobretudo nos sistemas públicos de saúde, mas também questionando a segurança dos produtos utilizados. sem receita médica.

Propósitos e objectivos

Esta revisão tem como objetivo determinar plantas aplicadas pelas culturas brasileiras no tratamento de condições relacionadas à maternidade, ciclo menstrual e outras particularidades da saúde da mulher, e suplementar a falta de dados epidemiológicos disponíveis para avaliar a saúde das populações indígenas, rurais e outras populações brasileiras. .

materiais e métodos

Foi realizada uma revisão da literatura da coleção no Centro Etnobotânico e Etnofarmacológico da Universidade Federal de São Paulo (período coberto: 1965 a 2012). Todos os 343 artigos foram consultados e foram selecionados 31 artigos que mencionavam usos terapêuticos de interesse. Informações relevantes foram extraídas para compor Tabela 1 – Maternidade, Tabela 2 – Ciclo menstrual e Tabela 3- Outras condições. Os dados foram analisados ​​estatisticamente para gerar a discussão sobre plantas utilizadas em contextos de cura por diferentes etnias brasileiras. Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando o banco de dados Scopus para coletar as seguintes informações sobre as plantas mais citadas: etnobotânica / etnofarmacologia de culturas não brasileiras para condições de saúde da mulher, farmacologia, toxicologia e reações adversas.

Resultados

Um total de 319 espécies foram citadas para 22 indicações relacionadas à saúde da mulher. Noventa e sete espécies foram indicadas para condições relacionadas à maternidade, 94 ao ciclo menstrual e 232 a outras. A mesma espécie pode estar presente em mais de uma dessas três categorias. A família mais citada foi Fabaceae (13,5%), e as espécies foram Ruta graveolens L. (1,76%) e Strychnos pseudoquinaA. St.-Hil (1,76%). A parte mais utilizada, modo de preparo e via de administração foram folhas (2,0%), chá (73,38%) e via oral (87,2%), respectivamente. As indicações que apresentaram o maior número de espécies foram: tratar doenças venéreas (69 espécies), abortivas (54) e anti-inflamatórias para os ovários e / ou útero (54). De acordo com nossa pesquisa bibliográfica, dentre as 19 espécies mais indicadas nesta revisão, apenas quatro também são utilizadas por culturas não brasileiras para condições relacionadas à saúde da mulher; 25% deles foram investigados farmacologicamente e foi possível validar seu uso etnofarmacológico / etnobotânico, 10,5% apresentaram reações adversas bem descritas e para 42,1% dessas espécies foram realizados estudos toxicológicos.

Conclusão

A pesquisa levantou dados importantes sobre plantas implementadas na cura relacionadas às condições de saúde das mulheres pelas culturas brasileiras e suas práticas. A compilação apresentada neste estudo permite a realização de novas investigações sobre o desenvolvimento de fitoterápicos e contribui para o incremento de políticas voltadas para essas culturas. Estudos fitoquímicos, farmacológicos e toxicológicos adicionais devem ser conduzidos, o que permitirá a descoberta de propriedades farmacológicas, constituintes bioativos e, além disso, posologia adequada, maneira de uso e eventos adversos.

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