Interações homem-ambiente de longo prazo na Amazônia boliviana: 8000 anos de dinâmica da vegetação

Apenas poucos estudos documentando a história da vegetação dos Llanos de Moxos, uma das maiores áreas úmidas sazonais da América do Sul, estão disponíveis e pouco se sabe sobre o impacto ambiental dos assentamentos pré-colombianos. Utilizamos macrofósseis de plantas terrestres datadas de radiocarbono para estabelecer uma cronologia sonora e análises palinológicas para reconstruir a vegetação e o histórico de incêndios da área do Lago Rogaguado. O registro de pólen e esporos sedimentares sugere que os ambientes de áreas úmidas e savanas (Cerrado) ocorreram ao redor do lago entre 8100 e 5800 cal BP. A atividade de fogo foi alta durante esse período e provavelmente estava conectada aos ambientes secos do Cerrado. A evidência do pólen sugere o cultivo precoce de plantas ( Zea mays, Annonaceae e Cucurbitaceae) a partir de 6500 cal BP, o que é significativamente mais cedo do que o esperado até agora para a Amazônia. As florestas da galeria expandiram-se após 5800 cal BP, quando a atividade de incêndio diminuiu fortemente. A expansão florestal intensificou-se em torno de 2800 cal BP e continuou até 2000 cal BP, quando a cobertura florestal atingiu seu máximo e a atividade de fogo seu mínimo. A expansão da floresta tardia do Holoceno para o sul e a diminuição da atividade de incêndio podem ter resultado de uma mudança climática para condições mais úmidas (possivelmente uma estação seca mais curta). Novas culturas (por exemplo, tipo Avena ) ou plantas aventureiras (por exemplo, Rumex acetosellatipo) documentam o impacto das economias européias após ca. 500 cal BP. A intensidade do uso da terra permaneceu bastante estável nos séculos mais recentes, argumentando contra o colapso dos assentamentos em resposta à chegada dos europeus, como reconstruído a partir de outros registros de pólen da Amazônia.