Por que engordamos?

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Há pouco tempo ouvíamos de leigos, e pasmem, de alguns profissionais da área da saúde, que um indivíduo não emagrecia porque não tem “vergonha na cara”! Quem nunca ouviu esse tipo de comentário? Isso é um paradigma que precisa ser quebrado urgentemente pois a obesidade é uma doença inflamatória e suas consequências podem levar à morte!

A obesidade é definida como uma doença metabólica, crônica, multifatorial, com determinantes ambientais, genéticos e hormonais. Isso é o bastante complexo, porém, pontuarei os principais fatores para um emagrecimento saudável e, o mais importante: efetivo. Chega do famoso “efeito sanfona”!

Sedentarismo

A vida moderna é “obesogênica”. As facilidades do dia a dia nos levam, por exemplo, ao sedentarismo. O nosso corpo não foi feito para ficar parado. Vamos lembrar dos nossos ancestrais, os homens das cavernas, eles precisavam plantar, colher, caçar etc. Hoje, o nosso maior trabalho é ir ao supermercado, pegar da prateleira e colocar no nosso carrinho de compras.

Estudos científicos sugerem uma infinidade de melhorias na saúde pela prática da atividade física. Por outro lado, ter um estilo de vida sedentário é relacionado com a piora tanto na qualidade, quanto na “quantidade”de vida.

Para a mudança da composição corporal (ganho de massa muscular e perda de gordura), é necessário a prática do treinamento resistido (musculação).

Entenda que, para o emagrecimento, é necessário aumentar o gasto calórico. E só existem 3 formas de se gastar calorias:

  1. durante o funcionamento do metabolismo basal;
  2. ao ingerir alimento;
  3. ao contrair músculos.

O treinamento resistido, por agir significativamente no ganho de massa muscular, contribui com o aumento do metabolismo basal, potencializando o emagrecimento. Estudos estimam que o aumento de 1 a 3kg de massa muscular pode levar, isoladamente, à perda de 1 a 2kg de gordura por ano, em função do aumento da massa muscular!

A resposta metabólica pós-treino , devido aos microtraumas, levará a maior necessidade de energia para o processo de restauração, por até 72 horas (aumento de 5 a 9% na taxa metabólica basal). O efeito crônico, com o ganho da massa muscular, exigirá o consumo de mais energia para sua manutenção (1 Kg – 20/klc/dia), e consequentemente, você emagrecerá!

Polimorfismos genéticos

Não estamos condenados pela genética. Muito pelo contrário: através do estudo genético podemos prevenir e/ou tratar doenças. A nutrigenética aborda as diferenças entre os indivíduos com base em suas reações a um nutriente ou uma dieta específica. Já a nutrigenômica estuda os diferentes nutrientes em relação às mudanças que estes podem causar na expressão gênica.

Os polimorfismos genéticos são variações genéticas que podem ser responsáveis por expressar algumas informações através dos nossos genes. Tais informações podem ser boas ou ruins. Essas variações são herdadas de nossos pais e podem ficar silenciadas por vários anos! O “gatilho” para ativar esses genes pode ser um estilo de vida inadequado ocasionando, por exemplo, dificuldade de ganhar ou perder peso, dificuldade de metabolizar algum nutriente, problemas no sistemas de detoxficação e antioxidação do organismo e, até mesmo, levar a um aumento de risco de desenvolver uma doença, como câncer.

Dietas da “moda” (Low carb, cetogênica, jejum intermitente etc) não funcionam para todo mundo! Somos seres únicos! Meu código genético é diferente do seu. Até nossas digitais são diferentes, portanto, não deve ser regra nos alimentarmos da mesma maneira e na mesma quantidade de macro e micronutrientes. Devemos adotar um plano alimentar de acordo com nossas necessidades. Os testes genéticos são hoje uma grata realidade e nos possibilitam elaborar estratégias nutricionais e terapêuticas individualizadas, otimizando os resultados dos nossos pacientes.

Desequilíbrios Hormonais

Hormônios são mensageiros químicos segregados diretamente na corrente sanguínea, e essa transporta para os órgãos e tecidos do corpo para exercerem suas funções.
Existem muitos tipos de hormônios que atuam sobre diferentes aspectos nas funções e nos processos corporais.

Funções hormonais:

  • permeabilidade celular;
  • síntese de proteínas;
  • ativação enzimática;
  • ativação de genes.

Podemos dizer que hipotálamo é o “maestro” e nossos hormônicos são os “instrumentos” dessa grande orquestra que é o organismo humano. No entanto, por volta dos 30 anos de idade (ou mesmo antes), nossos níveis hormonais começam a declinar, iniciando as pausas hormonais. A nossa “orquestra”, que até então tocava harmonicamente, começa a desafinar em várias notas!

Principais quedas hormonais:

  • insuficiência epifisária;
  • insuficiência do hormônio D;
  • insuficiência cortical reticular;
  • desregulação do eixo HPA;
  • insuficiência tireoidiana;
  • declínio gonadal feminino
  • declínio androgênico masculino;
  • insuficiência do hormônio do crescimento.

Dentre esses declínios hormonais podemos citar a insuficiência tireoidiana. Ela corresponde à queda dos nossos hormônios tireoidianos. Grande parte das pessoas relaciona o hipotireoidismo apenas ao ganho de peso e à maior dificuldade no emagrecimento. Porém, a queda dos hormônios tireoidianos vai bem além disso!

Veja alguns sinais e sintomas do hipotireoidismo:

  • obesidade;
  • hipotensão;
  • infertilidade;
  • hipotermia;
  • ressecamento da pele;
  • queda dos cabelos;
  • voz arrastada;
  • voz grossa;
  • ansiedade;
  • hiporreflexia;
  • letargia;
  • incapacidade de concentração;
  • depressão;
  • agitação;
  • pânico;
  • insônia;
  • túnel do carpo;
  • fadiga;
  • constipação;
  • cefaleia.

É necessária a avaliação dos níveis hormonais por meio de exames de sangue e/ou salivares e correção das possíveis deficiências para conseguirmos um emagrecimento saudável e duradouro. Os níveis hormonais otimizados podem prevenir, com sucesso, sintomas, condições e doenças relacionadas à idade, incluindo: doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, declínio mental, depressão, osteoporose, perda da libido e da função sexual e câncer. Ocorre também melhoria significativa na qualidade de vida: vive-se por mais tempo, mas, o mais importante, vive-se um lono período de tempo fisicamente e mentalmente saudável, sem doença.

Rocha, Manoel Viver com saude: uma questão de escolha / Manoel Rocha. 1. Ed. – Goiania: Gráfica e Editora America, 2018 274 p il

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