Adubação de mudas de baru (Dipteryx alata Vog.), em viveiro

Autores: PACHECO, Abílio Rodrigues

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A produção de mudas de boa qualidade constitui uma importante etapa do processo de implantação de espécies florestais. A adequação do substrato por meio da adição de corretivos e fertilizantes contribui para a obtenção de mudas de melhor qualidade, mas ainda são escassas as informações relativas à adubação e à nutrição de espécies nativas do cerrado. Assim, este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar as respostas de crescimento de mudas de baru (Dipteryx alata Vog.) às adubações orgânica e mineral, em cinco experimentos. As mudas foram produzidas em sacos plásticos com dimensões de 20 cm x 30 cm e capacidade para quatro litros de substrato, sendo este constituído pelo subsolo (abaixo de 20 cm de profundidade) de um Latossolo Vermelho da região de Planaltina, DF, com teor de 50 g de argila K-1 de solo. O primeiro experimento foi conduzido no delineamento de blocos completos ao acaso, com onze tratamentos, três repetições (compostas por mudas oriundas de sementes de diferentes plantas matrizes) e parcelas constituídas por três mudas cada. Os tratamentos testados foram E0+ D0, E10+D0, E20+D0, E30+D0, E0+D1, E0+D2, E0+ALL, E10+D1, E10+D2, E10+ALL e E20+D1, sendo: E0, E10, E20 e E30 as doses de esterco bovino variando de 0 a 30% em relação ao volume final da mistura com o subsolo; D1 e D2 as doses de adubos menerais tradicionais, onde D2 é o dobro da dose D1 e D1 equivale à incorporação ao subsolo de calcário dolomítico (0,5 g L-1) + P (150 mg L-1) + K (200 mg L-1) + Zn (5 mg L-1) + Cu (5 mg L-1) + Mn (5 mg L-1) + B (1 mg L-1) + Mo (0,5 mg L-1) + N (50 mg recipiente-1 mês-1, diluído em água); P e K foram aplicados na forma de superfosfato triplo e cloreto de potássio, respectivamente, Zn, Cu e Mn na forma de sulfatos, B e Mo na forma de bórax e molibidato de sódio, respectivamente; ALL simboliza a adição de adubo de liberação lenta em seis meses (2,4 g recipiente-1 após a emergência das plântulas e aos cinco meses de idade), contendo N (15%), P2O5 (10%), K2O (10%), Ca (3,5%), Mg (1,5%), S (3%), B (0,02%), Cu (0,05%), Fe (0,5%), Mn (0,1%), Zn (0,05%) e Mo (0,004%). Nos outros quatro experimentos (1, 2, 3 e 4) as mudas de baru foram submetidas a quatro doses de calcário dolomítico (0,0; 0,5; 1,0 e 2,0 g L-1 de substrato), P (0, 150, 300 e 600 mg L-1), K (0, 100, 200 e 400 mg L-1) e N (0, 50, 100 e 200 mg muda-1 mês-1), respectivamente, em combinação com duas doses de esterco bovino (10% e 20% em relação ao volume final da mistura com o subsolo). Os experimentos foram conduzidos no delineamento de blocos completos ao acaso, em esquema fatorial (4×2), com três repetições (compostas por mudas oriundas de sementes de diferentes plantas matrizes) e parcelas constituídas por três mudas cada. As fontes de N, P e K foram a uréia (45% de N), o superfosfato triplo (45% de P2O5) e o cloreto de potássio (60% de K2O), respectivamente. Aos oito meses de idade todos os experimentos foram avaliados quanto as seguintes variáveis: diâmetro do caule a 5 cm do coleto, altura da planta, matéria seca da parte aérea e teores de nutrientes do solo e das folhas para cada combinação de doses. No primeiro experimento observou-se que o crescimento das mudas foi incrementado pela adição de adubos minerais tradicionais (nas doses D1 e D2) e de liberação lenta (ALL). A adubação orgânica promoveu o crescimento das mudas nas doses de 20% e 30% de esterco bovino, não havendo diferença entre estas. Com a adição de 10% e 20% de esterco bovino ao subsolo ainda houve resposta positiva de crescimento das mudas à adição de adubos minerais tradicionais (D1) e de liberação lenta (ALL), não havendo efeito diferenciado destes. Todos os tratamentos testados permitiram a produção de mudas de boa qualidade, passíveis de comercialização e plantio no campo, exceto o controle sem adubação (E0%+D0) e aquele com apenas 10% de esterco adicionado ao subsolo (E10%+D0). As adubações orgânica (20% de esterco) e mineral (D1, D2 e ALL) elevaram a fertilidade do substrato e os teores foliares de N, P, K, S e Zn. Nos demais experimentos (1, 2, 3 e 4) constatou-se que as mudas apresentaram resposta positiva de crescimento às doses de esterco bovino incorporadas ao subsolo, sendo a dose de 20% superior à de 10%. A incorporação de esterco bovino ao subsolo na dose de 20% promoveu a adequação da fertilidade do substrato e dos teores foliares dos nutrientes para o crescimento e a nutrição mineral das mudas. Na presença de esterco bovino incorporado ao subsolo nas doses de 10% e 20% há resposta negativa de crescimento das mudas à adição de potássio e ausência de resposta à adição de calcário dolomítico e fósforo. A adubação nitrogenada em coberturas mensais promoveu resposta positiva no crescimento em altura, diâmetro do caule e matéria seca da parte aérea, quando aplicada após a incorporação de esterco bovino ao subsolo na dose de 10%, mas apenas na altura da muda com a dose de 20% de esterco.

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